sábado, 22 de setembro de 2007

Escrever

“Eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida”. Clarice Lispector

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Um post para ser apagado

O medo é algo terrível. É como um bicho papão gigante que sobreviveu aos nossos pesadelos mais antigos, aqueles da infância... é não sentir-se capaz, mesmo diante da chance que sempre desejamos. Ela está ali a minha frente, mas ao redor há tantas dúvidas.
(insegurança)
Não sei se existe remédio para isso. Talvez aqueles calmantes naturais, abraço sincero de amigo...
(indiferença)
Talvez um beijo do cara que faz seu coração pular...
(cicatriz)
Ih, esqueci, ele já atravessou o mar. Foi embora construir, longe daqui, uma família com direito a filhos e tudo mais.
(dor)
A pressão de ser a melhor filha. A melhor aluna. A melhor amiga. A melhor funcionária. A melhor sempre... viver tentando ser melhor. Será que ninguém enxergou que tenho falhas, que há enormes buracos aqui!
(angústia)
A casa está cheia. Olhando-te dos pés a cabeça. Analisam a marca que está grudada no seu traseiro. Você gentilmente sorri. O som inicia. Som pesado, de mal gosto, mas quem liga. Você liga, a máquina, claro. Com toda a simpatia que lhe é peculiar aborda o povo que gosta de aparecer: – Por favor, uma foto para o site.
(solidão)
O barulho intenso. Gente em todas as direções. Pessoas? Não, você está sozinha. Largo tudo, vou para casa. Acabou a festa.
(frio)




“Eu espero como quem espera alguém, sem saber para onde ir ou porque ficar aqui. Eu espero que o dia termine bem. Estou cansado de ficar assim tão só. Tão só. De olhos fechados eu sinto as lágrimas que a chuva deixou cair em mim. Eu vou tentar não enloquecer. Eu vou tentar (...)”.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

A roupa do tempo

A confusão esta formada. A rua é o caos da moda. Ditada por estilistas, especialistas, especuladores e também por espectadores – um bando de gente que entende do que gosta e tenta não se perde com tanta opção.
Nesse percurso não existem setas indicativas do tipo jeans à esquerda, tênis à direita, bolsas à frente e logo ali (ali oh) – depois da curva – dividem espaço sapatilhas, boleros, sapatos de verniz e vestidos curtos... um verdadeiro “mercado de estilo” invisível, mas visível!
Pela manhã é possível encontrar patricinhas em promoção. O melhor horário para o punk é logo ao entardecer. Também há oferta de góticos, hippies e rappers. Em seção exclusiva, várias embalagens com o básico.
A mistura de 20, 60, 70, 80 e 90 forma o novo século, com um novo perfil que se confunde entre o que acredita ser moderno com o que acredita ser retroativo. Com desculpas verdadeiras sobre as novas tecnologias e tecidos existentes.
No caminho, as vitrines fazem a ponte de ligação entre o cliente e o vendedor. Para atrair, temas da estação. O difícil é entender qual. Lã compartilha espaço com peças típicas do verão... sim, esse é um resultado da bagunça no tempo! E elas sobre nós. Responsáveis ou irresponsáveis, como preferir.
A desordem que encanta (e espanta) me faz perder mais tempo aqui, em frente ao guarda-roupa. E pensar que ainda tenho todo o caminho a percorrer...

terça-feira, 18 de setembro de 2007

O reino italiano recebe mais uma princesa

Hoje a ventania acordou o dia. Vento forte daqueles que ao mesmo tempo em que enche de coragem, apavora. A mesma força que domingo levou duas crianças curitibanas alto demais. E que trouxe, à família das vítimas, tristeza e dor.
Sempre carreguei comigo um misto de medo e de confiança nesse poder invisível que leva e trás, que arrasa e que constrói... vidas, sentimentos.
A ventania que fez chorar duas famílias em CTBA, hoje trouxe aqui riso doce. Logo cedo, nas primeiras horas da manhã, Maria Heloisa chegou. 3,5 Kg de muita graça e delicadeza.

Mais uma pequenina neste grande mundo.

Bem-vinda Helô! Que o vento embale seu destino...

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

A menina que vejo usa sempre os mesmos calçados. Os pés agitados são obrigados a ficarem calmos dentro do par de tênis. A sapatilha fica só no desejo. Os patins no passado. E o salto alto para as amigas que são belas.
A menina que vejo adora música clássica, ou melhor, adora a pequena coletânea que possuí. Tem um pai ausente de corpo, mas presente no coração. Uma mãe que não arreda pé e uma vida que segue seu rumo, por que, pelo que vejo, elas são fortes.
A menina que vejo adora ler, mas lê tanta bobagem. (…) aprendeu que às vezes ler pode ser sinônimo de solidão, mas também pode ser a saída mais rápida. É uma apaixonada pela vida e por pessoas. Admira e torce por amigos que não são seus, são de outros, do mundo deles.
A menina que vejo é simples… simples de mais para fazer parte de um grupo. (…) respira sentimentos... sensações que o mundo oferece… vejo que não cabe mais aqui e talvez em nenhum coração… vaga sem destino, perdida em um mundo (…) que também não é seu.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Se eu fosse um pássaro sentaria bem pertinho de você
E cantaria para você sorrir
Se eu fosse um pássaro estaria ao alcance dos seus olhos
E voaria para você sorrir
Por que é doce o seu sorriso
Por que é sincero o meu sentimento
Mas sou humana!
Tão humana que me perco em minha essência
Só para vê-lo sorrir
Doce sorriso seu...

domingo, 9 de setembro de 2007

Quais as virtudes do tempo?

Meu desejo era estar lendo "O Casaco de Marx - roupas, memória, dor", mas a grana está curta e a única biblioteca que tenho acesso está saturada... então tenho q me contentar com "As Virtudes do Tempo"... um livro com narrativa poética, mas confusa... truncada.
Qria mesmo é saber que virtudes o tempo me reserva, se é q há alguma p/ mim.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Você

Roubei tua imagem. Agora vc faz parte da minha imaginação, completa o núcleo invisível da minha história. Um filme bem estilo hollywoodiano, com direito a uma bela trilha sonora.
Só falta estourar a pipoca.

domingo, 2 de setembro de 2007

Semana da pátria - “Independência ou morte”

*** texto antigo... período eleitoral. Segue:


Conta à história que a mais de um século atrás este grito foi dado às margens do Rio Ipiranga, mas é curioso como o grito mesmo abafado pelo tempo ainda ecoa em muitas almas que penam nesta vida. Algumas cansadas com a injustiça, outras, de sentirem fome ou vivenciarem preconceitos e ainda há aquelas que insistem em clamar por segurança.
Em tempos como estes, onde gritos de “morte” são mais naturais do que a independência e a liberdade que supostamente emanam de um mesmo ideal, torna-se difícil celebrar um dia voltado à pátria.
Tudo bem, talvez eu esteja sendo ácida demais, mas provavelmente não tanto quanto deveria. Há muitas críticas sobre patriotismo. Sei que o fato de muitos brasileiros sentirem sua pátria somente no momento de vestir a camisa e torcer para mais um título é questionado, mas também (ainda) acredito que uma formalidade (em muitos casos, uma obrigação) não é o mais indicado para demonstrar esse sentimento.
Até pode ser tradicional, aparentemente bonito e organizado. Mas há diferença quando uma coisa é feita voluntariamente enquanto a outra por convenção. Uma por amor, paixão e outra, só Deus sabe.
O fato é que somos independentes, mas até certo ponto que geralmente é... reticências. Sim, é difícil encarar o nosso país, onde sentimentos importantes se contradizem e palavras e ações mostram-se paradoxais. Intragável, talvez. Porém, nem tanto quanto muitos personagens do mais novo horário “nobre” brasileiro. “Independência ou morte”. Escolhas.