domingo, 26 de agosto de 2007

Esperança

O vento soprou forte. Com aquela força que só as novidades possuem... trouxe esperança recheada com um sorriso, o qual espero poder cultivar.

=)

sábado, 18 de agosto de 2007

Oração de um suicida

"Vejo nos teus olhos tão profundo as durezas que este mundo te deu pra carregar. E vejo também que sentes que tem amor para dar. Perdi-me na vida, achei-me num sonho. A vida que levo não é a que quero. Não quero mais nada.

Quando a terra se acabar você vai chorar. Não adianta mais, vendo esta terra não compensa. Rezando na presença de um gigante cogumelo.

Teu retrato é poeira. Luminosa nebulosa. Brilha tanto e ningúem vê. Era um mundo tão bonito. Caprichado de milagres. Deus gostava de florir".

(Paulo e Pedro Leminski)

domingo, 5 de agosto de 2007

Classificados

Procura-se emprego. Emprego é um cara dúbio. Às vezes faz o tipo “tranquilão”, outras é estressado (e até mal humorado). Faz pouco tempo que ele saiu da minha vida. Foi com uma desculpa qualquer. Um pretexto, mal explicado.
Procura-se emprego. Sem ele não consigo viver! Sinto falta daquela criatura... do tempo em que dividíamos... das horas e horas em pautas, entrevistas, laudas e fotos. Nossa e quantas fotos! Mas claro que ele levou até esta lembrança.
Procura-se emprego... não importa qual endereço esteja. Eu estou indo. Afinal, preciso de você. Diga-me, em que cidade se esconde? Em qual redação se perdeu?
Procura-se desesperadamente emprego! Digno. Humano. Preocupado com o bem estar de sua companheira.
Procura-se emprego.
- Que volte a me dar trabalho, preocupações e responsabilidades.
Procura-se emprego.
- Que ajude meus cabelos a clarearem com prazer. Que valorize o que sou e que me dê forças para crescer.
Emprego, cadê você?

sábado, 4 de agosto de 2007

Audiência e Qualidade

“No fundo, o mundo é feito para acabar num belo livro”, Stepahane Mallarmé. Talvez o poeta francês tenha se enganado. Porque em um livro? E belo? Acredito que não será assim por dois motivos bem simples: primeiro, as pessoas não possuem tempo para ler, leitura é (para uma boa faixa da população) ação do passado; segundo, a televisão não deixaria que impressos roubassem à cena. Quem sabe uma série televisava fosse mais apropriada...
Entretanto, não é correto dizer que essa “profecia” foi precipitada. Afinal, no século XIX, a cultura da humanidade era propagada através de impressos. Uma forma culta de eternizar a história. Hoje, temos uma diversidade enorme de veículos de comunicação. Além dos livros e jornais, temos: rádio, televisão e internet.
Nosso século é marcado por uma grande bagunça informativa. O objetivo principal não é eternizar a história, mas sim “espetacularizar”. Viva a cultura do espetáculo (aplausos, aplausos)! Ah, e claro sem esquecer de optar pela melhor forma, aquela que possibilite melhor audiência.
Diariamente, temos as telenovelas. Geralmente iguais. Dispõe de um mesmo esqueleto, do qual é alterada apenas a roupa. Nos finais de semana, o foco é os programas de auditórios. Cômicos, sim! Trágicos, também. Pouco se inova. Ao invés de novidade há o regresso da era machista, em que bunda é o que de melhor as mulheres possuem...
Não pensem que sou contra a TV. Claro que não, pelo menos não totalmente. O veículo possui um potencial inquestionável. Sou contra a batalha de audiência - que ao invés de melhorar a qualidade, prejudica. Sou contra a falta de discussão. Contra opinião mastigada.
A literatura também está presente na TV. Os clássicos aparecem raramente em uma série e outra. O (bom) humor idem. E ambos exibidos em altas horas. Será que há alguma explicação para isso? Talvez. Quem sabe esse tipo de programa seja julgado impróprio para menores de idade...
Mesmo que o livro volte a ser uma boa pedida... mesmo assim, há poucas chances “do mundo acabar em um belo livro”, uma vez que o (“pobre” do) escritor teria uma penosa tarefa. Como achar beleza em um lugar que cada vez mais coleciona “coisas feias”... é mais provável que a (pouca) beleza passe despercebida.

Boa garota

É fácil sentir-se como ilha. Olhar ao redor e ver uma imensidão salgada. É como se o mais importante estivesse ao redor e não no centro. É como se a ilha tivesse invadido o mar, nunca o contrário. Intrusa, como uma marca que, por vezes, teima em caracterizar aquele território, outras em embelezá-lo. Relativo. Sentir o mundo é sempre relativo.
O que esta ao redor pode impedir de crescer, de sentir a vida? Ou é apenas um complemento do que sou? Dúbio, porém normal.