quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Eu sinto, eu acredito

Hoje quando eu andava pela rua vi várias pessoas de preto. Roupas, calçados, acessórios, alma...
Nada contra a cor. Pelo contrário. Até pouco tempo atrás eu também estava assim... de luto, pela morte dos meus sonhos.
(O que eu não sabia é que outros viriam)...
Isso integra a minha dura teimosia em acreditar que a vida acaba quando não consigo o que quero. Que posso enlouquecer se não me sentir útil.
Que até posso viver sem amigos, sem abraços, mas não sem esperanças... sem notícias favoráveis que alimentem a minhas doce loucura em acreditar e querer sempre mais do mundo (ou seria de mim?).
Não ter medo de mostrar a intensidade que vivo as coisas me faz assim: ridícula, insensata, inconstante... mas você sabe que apesar de tudo há doçura aqui... é doce o meu sentir.
Estou na batalha. Tento guardar os medos (afinal eu sei que ainda não sou forte o suficiente para mandá-los embora)... esforço-me para me apaixonar e apaixonar-me novamente pela vida... já estou a um passo disso.
A minha vida começa a retomar suas cores.
E nos meus lábios já desbotam sorrisos abertos e verdadeiros.
Quero ser feliz não como pretexto para continuar respirando, nem como uma das metas as quais costumo impor-me... apenas... apenas quero.


* Uma vez um amigo me disse que “às vezes, para viver um sonho é preciso antes viver sete pesadelos”... acho que já paguei minha cota, rs...

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

(aff)
...
os sonhos acabam qdo acordamos...
e um dia é preciso acordar...

(não é!?)

...

terça-feira, 20 de novembro de 2007

“Cruze as pernas mocinha, você é mulher”!

A cultura machista ainda reside em nossas vidas. Vindo da casa das nossas mães e da casa das mães delas. Talvez seja a tradição mais antiga presente no cotidiano feminino. Mas para você que acha que isso tudo é bobagem, que essa história de submissão da mulher não existe, que é papo de feminista e que nós mulheres já conquistamos o nosso espaço, POR FAVOR ACORDE! Uma prova desta realidade é a China. Um país onde o controle da natalidade é rigoroso. Cada casal deve ter apenas um filho. E o que acontece? A maioria deles optam em ter meninos, por que eles carregarão o nome da família. Com isso, o índice de aborto e abandono de meninas é alto.
Outro caso que demonstra essa "supremacia" masculina, recentemente exposto na mídia, ocorre na Albânia. Lá a sociedade ainda segue normas que eram empregadas na Idade Média (o Kanun, código de honra medieval, da ética cristã). Existem mulheres que renegaram o direito de serem mulheres. Após um juramento tornam-se "virgens juradas". Com isso, adquirem o direito de serem livres, ou seja, de serem homens.
É fato que em uma sociedade desigual é mais fácil ser homem. Mas é um fato cruel. Uma diferença que as vezes vem estampada logo de cara e outras vezes escondida atrás de um pretexto qualquer. Como é o caso da submissão feminina ao homem vista nas religiões.
É comum em países como a África a prática da Clitoridectomia – mutilação e, nos casos mais brutos, retirada total do clitóris. O ritual não tem nenhum tipo de anestesia. São usados objetos como: faca, tesoura, gilete ou mesmo caco de vidro. Essa violência é cometida para controlar a sexualidade da mulher, para que ela não sinta prazer no ato sexual.
Portanto, a grande protagonista da guerra dos sexos não é a bunda (afinal isso todos têm!), mas sim o órgão feminino. É ali que esta a verdadeira diferença sexual. "A vagina insaciável" citada no livro "O mito da beleza", de Naomi Wolf. Ela (a vagina) intriga os homens.
A mulher também é martirizada na questão estética. Nesse aspecto a grande vilã é a mídia. Como um dos alicerces da sociedade, a mídia é responsável por impor padrões e por ditas as regras do jogo. Por meio dela surgiu um padrão, chamado: mulher ideal. E é através dela que este padrão é propagado especialmente em programas de auditório, no qual o corpo feminino é utilizado para ganhar audiência. Danças ginecológicas movidas a músicas apelativas.
Houve um tempo em que a mulher era atraente com as suas "gordurinhas", depois chegou a hora de propagar que bonito mesmo é ser magra. Então as mulheres tornaram-se magras, ou melhor, retas. Sem bunda, sem peito e sem graça. O tempo passou e novos padrões de beleza foram projetados. Agora estamos em uma nova era a do silicone, das próteses e dos enxertos. Agora vale tudo para ter uma boa comissão de frente!
Atualmente, encontrar uma mulher natural é tão difícil como encontrar um homem que não queira uma mulher no padrão: peito grande, bunda dura, cabelos longos e sempre um sorriso estampado na cara. É, não basta ser gostosa, tem que ter bom humor também. Como se fosse possível sobreviver a todas essas batalhas e ainda manter o humor, bom é claro.
Ainda nessa constate busca pela beleza tem-se um capítulo especial, chamado "chapinha". A mulher deixou de passar roupa para passar os cabelos. Seria isso uma evolução? A verdade é que quanto mais perfeita for mais será desejada. E todas nós queremos ser desejadas. Somos retrato de uma cultura que valoriza (de forma errada) o corpo. Brinca de provocar mudanças! Segundo Heloneida Studart, em seu livro "Mulher – Objeto de cama e mesa", "a mulher é o único ser racional que precisa abonar suas teorias com um rosto bonito ou um belo par de pernas".
É preciso reformar alguns conceitos e acabar com algumas velhas tradições. Se a cultura machista ainda se encontra-se ai, em sua casa, mexa-se! Mande logo uma ordem de despejo e seja você.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

"Viver não é lógico. Viver é a suprema loucura"
Paulo Leminski

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Em teus olhos...

O menino ainda estava lá, na espera do tempo.
Apesar de um sorriso amargo, ainda era possível ver uma doçura em seu olhar.
Sentado em um pequeno banco, com uma perna ao lado da outra e as mãos em baixo delas, ele continuava em sua repetida tarefa... a espera.
Horas após horas e depois dias... e o tempo parecia brincar em sua frente...
Numa agonia contínua. Em um medo interminável. Mistura que agora trás tão pouco de esperança... a vida segue carregada...
Tempo ruim que faz despencar dos céus a chuva forte. Água que toca a face do menino. Líquido capaz de despertar um coração paralisado pelos anos...
Em frente aos seus olhos o tempo...
Em sua face, o tempo...
Em sua vida... sem tempo.