Um mês antes de engravidar eu me senti mãe. Aquele último alarme falso
me entristeceu profundamente, pois tinha uma certeza que não cabia em mim e que
acabou sendo abafada com a chegada de mais um ciclo menstrual. De certa forma
foi uma previsão. Por que no mês seguinte eu realmente comecei minha “jornada”
por esse mundo mágico que a maternidade proporciona. Toda a tristeza que sentia
em cada alarme falso foi substituída e triplicada por alegria.
Eu me tornei mãe em São Paulo. Durante uma viagem planejada para
comemorar nossas bodas de algodão. Lembro que eu pensei muito e duvidei um
pouco até que falei com o meu marido. Resolvemos comprar um teste de farmácia
para solucionar a questão. Após um dia longo de passeios, um banho quente, fiz
xixi no potinho (do kit) e esperei os intermináveis minutos descritos no teste.
E foi ali, naquele hotel simples do final da Avenida Paulista, com o corpo
molhado do banho que eu vi duas marquinhas vermelhas. Eram duas listinhas, uma
meio fraquinha que me fez ficar perguntando: são duas? São duas, não são amor? Duas!
Eram duas. E naquele momento eu passei a ter um sorriso frouxo.
E foi assim entre a marquinha do teste de farmácia e a confirmação
online do laboratório que meu grito saiu garganta a fora. Eu gritei, eu berrei,
eu soltei todos os meus medos e me tornei mãe.
Não foi com o parto. Não foi ao te
olhar pela primeira vez – para a doçura dos seus olhos e sua boquinha
vermelhinha tão linda... Não foi também quando você deu a primeira sacudida na
barriga, nem ao ouvir o chorinho estridente. Não foi assim amor. Foi mais
simples do que tudo isso. Mais sutil, mais doce, mais puro, mais inesperado...
Eu já era mãe bem antes do inicio da dilatação, durante os repousos,
durante o parto, durante estes e outros momentos intensos. Há muito mais tempo,
você Théo, já fazia parte dos meus dias. Já estava presente aqui no meu
coração, na minha cabeça e nos meus sonhos. E é tão bom ter você aqui. Decifrar
dia a dia em seus traços, os meus traços. Reconhecer em você a personalidade do
homem que eu amo e que me possibilitou tornar real esse turbilhão de
sentimentos. Eu e seu pai planejamos você e fomos surpreendidos por uma
felicidade sem medida que inclui coisas impensáveis. Afinal quem imagina sentir alegria em ouvir um
pum? Quem acha graça em ouvir por dois dias consecutivos um “brummmm” feito com
a boquinha com direito a baba extra escorrendo pelo queixinho e respingando por
todos os lados? Quando podíamos esperar que entender você, seus gestos, seria
uma tarefa tão prazerosa?
Posso ficar horas escrevendo sobre como me sinto, de como é bom ter esse
“titulo”, mas não sei explicar o que é ser mãe. Faltam palavras. Sobram
sorrisos, suspiros, alegria... amor.
Durante a sua gestação Théo eu redescobri a mulher que existia em mim.
Nunca me senti tão linda, gostosa, poderosa. Tive a sensação de estar mais
segura, mas também tive medo. Medo de não merecer tanta felicidade. De perder
esse presente tão esperado. Enfim, “aquela angustia” que diziam que as todas as
mães sentem.
Sou muito mais feliz agora do que em qualquer fase da minha vida. Sou feliz pelo presente, no presente e não mais na infância que passou tão rápido ou no futuro que eu achava ser o ideal. Eu sou feliz hoje e sou graças a vocês meus amores. Amo mais que tudo.
Sou muito mais feliz agora do que em qualquer fase da minha vida. Sou feliz pelo presente, no presente e não mais na infância que passou tão rápido ou no futuro que eu achava ser o ideal. Eu sou feliz hoje e sou graças a vocês meus amores. Amo mais que tudo.