terça-feira, 8 de maio de 2012

Sobre o dia das mães... sobre ser mãe...

Um mês antes de engravidar eu me senti mãe. Aquele último alarme falso me entristeceu profundamente, pois tinha uma certeza que não cabia em mim e que acabou sendo abafada com a chegada de mais um ciclo menstrual. De certa forma foi uma previsão. Por que no mês seguinte eu realmente comecei minha “jornada” por esse mundo mágico que a maternidade proporciona. Toda a tristeza que sentia em cada alarme falso foi substituída e triplicada por alegria.
Eu me tornei mãe em São Paulo. Durante uma viagem planejada para comemorar nossas bodas de algodão. Lembro que eu pensei muito e duvidei um pouco até que falei com o meu marido. Resolvemos comprar um teste de farmácia para solucionar a questão. Após um dia longo de passeios, um banho quente, fiz xixi no potinho do kit e esperei os intermináveis minutos descritos no teste. E foi ali, naquele hotel simples do final da Avenida Paulista, com o corpo molhado do banho que eu vi duas marquinhas vermelha. Eram duas listinhas, uma meio fraquinha que me fez ficar perguntando: são duas? São duas, não são amor? Duas! Eram duas. E naquele momento eu passei a ter um sorriso frouxo.
E foi assim entre a marquinha do teste de farmácia e a confirmação online do laboratório que meu grito saiu garganta a fora. Eu gritei, eu berrei, eu soltei todos os meus medos e me tornei mãe.
Não foi com o parto.  Não foi ao te olhar pela primeira vez. Seus olhos doce, sua boquinha vermelhinha... Não nem quando ouvi seu chorinho forte, estridente. Não foi assim amor. Foi mais simples do que tudo. Mais sutil.
Eu já era mãe quando iniciou a dilatação, durante os repousos, durante o parto, durante todos e outros momentos. Há muito mais tempo você já estava aqui, no meu coração, na minha cabeça e nos meus sonhos. E é tão bom ter você aqui. Decifrar em seus traços os meus traços. Ver em você a personalidade do homem que eu amo e que me possibilitou tornar real esse turbilhão de sentimentos. Não há como explicar o que é ser mãe. Faltam palavras. Sobram sorrisos, suspiros, alegria... amor.
Quando me tornei mãe redescobri a mulher que havia em mim. Nunca me senti tão linda, gostosa, poderosa. Me senti mais segura, mas também tive medo. Medo de não merecer tanta felicidade. De perder esse presente tão esperado. Enfim, “aquela angustia” que diziam que as mães sentem.
Eu e seu pai planejamos você e fomos surpreendidos por uma felicidade sem medida que inclui coisas impensáveis.  Afinal quem imagina sentir alegria em ouvir um pum? Quem acha graça em ouvir por dois dias consecutivos um “brummmm” feito com a boquinha com direito a baba extra escorrendo pelo queixinho e respingando por todos os lados? Quando podíamos esperar que entender você, seus gestos, seria uma tarefa tão prazerosa? Sou muito mais feliz agora do que em qualquer fase da minha vida. Sou feliz pelo presente. No presente. E não mais na infância que passou tão rápido ou no futuro que eu achava ser o ideal. Eu sou feliz hoje e sou graças a vocês meus amores.

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